1. Olá Anelise. O blog Post-italy é ainda um bebé mas já tem muito sucesso! Quer falar sobre este passo na sua carreira?

Sou formada em Jornalismo e sempre gostei de contar histórias. O blog, na verdade, é quase uma consequência natural da vontade de observar o mundo ao meu redor e de compartilhar a minha percepção sobre os lugares que visito. Morando em um país diferente daquele onde nasci, acabei aguçando o meu olhar e tento traduzir em palavras ou em imagens o que vejo, ouço e sinto ao conhecer uma nova cidade, seja na Itália ou em outros países. 

Profissionalmente, não vejo uma fronteira nítida entre o meu trabalho como jornalista e a atividade de blogger. Elas se mesclam e se completam.

Vale de Orcia

2. Acha que o fato de sua formação e antigas profissões terem sido em comunicação, torna mais facil gerir um blog? Ou acha que basta também muita vontade?

Acredito que o meu background profissional ajude bastante. Ao mesmo tempo, administrar um blog requer muitas outras competências e nem sempre é fácil acompanhar a evolução constante do mundo digital. Para profissionalizar um blog é preciso ser um especialista em pluralidades e ter humildade para aprender coisas novas a cada dia. Força de vontade é indispensável. O leitor encontra artigos novos toda semana, mas por trás de cada post finalizado existe uma rigorosa programação que compreende desde o planejamento de viagens, o estudo sobre os destinos explorados, a redação e edição de textos, a edição de imagens e competências técnicas…Em outras palavras, um trabalho duro mas prazeroso. 

3. O blog tenta tocar as vertentes culturais estando dividido onde deve comer, ouvir boa música, fazer boas compras, e por aí adiante. Quer com isto chegar a um público maior, com gostos diferentes?

O foco principal do blog é a Itália, um país que considero hedonista por natureza. Italianos sabem perfeitamente como dedicar-se aos pequenos prazeres como contemplar uma bela obra de arte, saborear uma refeição genuína, praticar esportes ao ar livre, curtir a natureza ou comprar objetos artesanais. O romancista Edward Morgan Forster disse que não se vem para a Itália à procura de coisas agradáveis…se vem à procura da vida. Pura verdade! Por isso não consigo imaginar uma viagem para a Itália que não inclua prazeres diferentes.

Taormina

4. Fale-me das suas viagens! Apesar do blog se focar em Itália, mais em Roma, certamente já viajou por muitos sítios. Pode referir os 3 que mais gostou?

Cada viagem é uma nova descoberta e uma cultura diferente. Costumo dizer que a melhor viagem é sempre aquela que está por vir, mas entre as últimas metas que visitei adorei Liubliana, na Eslovênia, New York e Taormina, na Sicília.

5. Porque acha que os brasileiros gostam tanto de Itália? 

Existe uma forte ligação histórico-afetiva entre italianos e brasileiros. Junto com a Argentina, o Brasil é pátria de muitos descendentes de italianos que orgulham-se de suas origens e cultivam com amor essa identidade híbrida. Eu mesma tenho sobrenome espanhol porque meu avô nasceu em Cáceres, na Espanha, mas sou bisneta de italianos originários da Toscana. 

6. Para finalizar, quais as suas ambições/sonhos futuros?

Continuar viajando e contagiando os leitores do Post-Italy.com através de histórias que, quem sabe, podem se tornar um livro. 

Nova York